Glossário F-O

F

Fator de assimetria (i: asymmetry factor, f: facteur d'asymétrie

cosseno médio ângulo de espalhamento, ponderado com a própria função de fase. Ilustra a importância relativa dos lóbulos anterior (pró-espalhamento) e posterior (retroespalhamento) da função de fase. Assume valor nulo para espalhamento simétrico, caracterizado por função de fase simétrica entre os lóbulos anterior e posterior. Assume valor positivo caso o pró-espalhamento seja mais importante que o retroespalhamento. Assume usualmente valores positivos próximos da unidade para partículas de poeira, gotículas de nuvem e cristais de gelo.

Fluxo (i: radiant flux, f: flux d'énergie radiative)

potência radiante, ou seja quantidade de energia por unidade de tempo, que atravessa uma superfície [unidades SI : J.s-1 = W ].

Fluxo esférico (i: spherical flux, f: flux sphérique)

ver irradiância esférica.

Fluxo específico

ver irradiância.

Fotômetro solar (i: sunphotometer, f: photomètre solaire)

designação freqüentemente aplicada a uma certa classe de pireliômetros, dotados de filtros interferenciais com banda de transmissão relativamente estreita ( ~ 0,05 µm, ou menos), permitindo medições "semi-monocromáticas" em torno de alguns comprimentos de onda ao longo do espectro solar. Este instrumento difere da grande maioria dos pireliômetros comercialmente disponíveis, dado que é equipado de fotodetectores, ao invés de termopilhas, como elemento sensível.

Fração retroespalhada (i: backscattered fraction, f: fraction retrodiffusée)

dado que houve interação entre um feixe de radiação e a matéria contida num volume elementar, corresponde à fração do fluxo espalhado que tem como destino o próprio hemisfério de origem do fluxo incidente no volume de matéria. É numericamente igual à integração da função de fase sobre aquele hemisfério. Avalia a importância relativa do retroespalhamento, sendo frequentemente expressa como função do fator de assimetria (Wiscombe & Grams, 1976, ref. 24). Assume valor 0,5 tanto para espalhamento simétrico quanto para iluminação rasante, e valor nulo para pró-espalhamento "puro" (fato! r de assimetria unitário).

Função de espalhamento (i: scattering function, angular scattering cross section, f: fonction de diffusion)

seção transversal que a matéria contida num volume elementar efetivamente apresenta ao fluxo incidente, quando se procura avaliar a fração dele que sofre espalhamento para uma dada direção do espaço. Representa a seção transversal que deveria ser oferecida ao feixe incidente para que o fluxo dele subtraído igualasse a intensidade espalhada na direção especificada [unidades SI : m2.sr-1 ]. Ver seção eficaz de espalhamento.

Função de fase (i: phase function, f: fonction de phase)

quociente entre a função de espalhamento e a seção eficaz de espalhamento, a menos de uma constante de proporcionalidade. A função de fase P(ômega1, ômega2) é diretamente proporcional à função densidade de probabilidade condicional associada à direção de emergência ômega2, dado que houve espalhamento de um fóton proveniente da direção de incidência ômega1. É freqüentemente apresentada como função do ângulo de e! spalhamento entre ômega1 e ômega2.

G

Grandeza espectral

ver densidade espectral.

Grandeza monocromática

designação aplicada a grandezas cujo valor depende do comprimento de onda (ou equivalente), tais como absortância e albedo simples. A densidade espectral associada a uma grandeza radiométrica (fluxo, intensidade, radiância, irradiância) constitui usualmente uma grandeza monocromática.

H

Heliógrafo (i: heliograph, sunshine recorder)

instrumento concebido para medições de insolação. O modelo mais difundido é conhecido como heliógrafo Campbell-Stokes, que dispõe de uma esfera de quartzo desempenhando o papel de lente convergente para o feixe solar direto. Os raios convergentes queimam uma faixa de papel. Aceita-se que o comprimento de papel queimado seja uma medida da insolação no intervalo considerado. Nota: o termo insolation de publicações em inglês, corresponde ao conceito de irradiação.

I

Indicatriz(f : indicatrice de diffusion)

ver função de fase.

Insolação (i : sunshine duration)

período de tempo durante o qual o feixe solar direto ilumina uma superfície. Pode ser avaliada experimentalmente a partir de registros obtidos com heliógrafos [unidades usuais: horas ].

Insolação relativa

quociente entre a insolação e a duração teórica do período diurno.

Intensidade(i : intensity, f : intensité énergétique)

grandeza radiométrica que indica o quociente entre o fluxo observado associado a um dado feixe, num dado ponto do espaço, e o ângulo sólido correspondente à origem ou ao destino deste fluxo [unidades SI : W.sr-1 ].

Intensidade específica (i : specific intensity)

ver radiância.

Intensidade mássica de emissão (i : emission coefficient)

grandeza que indica o quociente entre a intensidade espectral associada à emissão devida à matéria contida num volume elementar e a sua massa. Sob equilíbrio termodinâmico local, é numericamente igual ao produto entre a radiância espectral de corpo negro e o coeficiente mássico de absorção em questão (Chandrasekhar, 1950, pp.7-8) [unidades SI : (W.m-2.sr-1/m).(m2.kg-1) = W.sr-1.kg-1/m ].

Irradiação (i : irradiation, insolation)

quantidade de energia radiante que atravessa uma superfície durante um certo intervalo de tempo, por unidade de área desta. É numericamente igual à integração da irradiância sobre ao longo do intervalo de tempo em questão [unidades SI : J.m-2 ].

Irradiância (i: irradiance, f : éclairement énergétique)

fluxo que atravessa uma superfície, por unidade de área desta [unidades SI : W.m-2 ].

Irradiância atmosférica (i : atmospheric irradiance)

conceito freqüentemente aplicado à radiação de onda longa proveniente da atmosfera. Consiste na irradiância descendente numa superfície horizontal, decorrente sobretudo da emissão pelas camadas atmosféricas situadas acima do plano de observação. Pode ser avaliada experimentalmente empregando-se um pirgeômetro.

Irradiância difusa (i : diffuse irradiance)

conceito freqüentemente aplicado à radiação de onda curta. Consiste na irradiância descendente numa superfície horizontal, decorrente do espalhamento do feixe solar direto pelos constituintes atmosféricos (moléculas, material particulado, nuvens, etc). Pode ser avaliada experimentalmente empregando-se um piranômetro equipado de dispositivo de sombreamento do disco solar.

Irradiância direcional (i : direct-normal irradiance)

conceito freqüentemente aplicado à radiação de onda curta. Consiste na irradiância direta numa superfície normal à incidência do feixe direto, dada pela irradiância solar incidente no topo da atmosfera que ainda resta no nível de observação, somados os efeitos do pró-espalhamento atmosférico. Pode ser avaliada experimentalmente empregando-se um pireliômetro.

Irradiância direta (i : direct irradiance)

conceito freqüentemente aplicado à radiação de onda curta. Consiste no produto entre a irradiância direcional e o cosseno da distância zenital solar. Pode ser avaliada experimentalmente empregando-se dois piranômetros, um efetuando medições de irradiância global e outro de irradiância difusa.

Irradiância esférica (i : spherical flux, f : flux sphérique)

irradiância média incidente sobre (ou emergente de) uma superfície esférica elementar. Numericamente, corresponde à integração da intensidade sobre todas as direções do espaço (4.pi sr), dividido pela área desta esfera elementar [unidades SI : W.m-2 ].

Irradiância global (i : global irradiance, f : éclairement énergétique global)

conceito freqüentemente aplicado à radiação de onda curta. Consiste na irradiância descendente numa superfície horizontal, constituída em parte por irradiância difusa e em parte por irradiância direta. Pode ser avaliada experimentalmente empregando-se um piranômetro.

J

K

Kirchhoff

ver lei de Kirchhoff.

L

Lambert

ver lei de Beer-Bouguer-Lambert, superfmcie lambertiana.

Lei de Beer-Bouguer-Lambert

relação verificada experimentalmente, descrevendo a atenuação gradativa do fluxo associado a um feixe monocromático colimado (ou seja, raios paralelos) ao longo do meio atravessado. A variação dL sofrida pela radiância espectral incidente após atravessar um trajeto pequeno de comprimento ds é dada por

dL = - L.alfa.ds,

onde alfa é o coeficiente linear de atenuação. L e alfa são grandeza monocromáticas e funções de posição ao longo do meio atravessado. Caso este seja homogêneo, alfa será constante e a integração formal da relação acima conduzirá à expressão

L(S2) = L(S1). exp(-alfa.(S2-S1)) ,

onde S1 e S2 indicam respectivamente as posições inicial e final do trajeto atravessado pelo feixe.

Lei de Kirchhoff -

designação genérica atribuída na literatura a resultados obtidos ao longo de uma série de estudos conduzidos por G. Kirchhoff no século XIX. Três "leis" resumem as características básicas do espectro de emissão de sistemas físicos; a primeira estabelece que sólidos, líquidos e gases sob alta pressão, uma vez incandescentes, dão origem a um espectro contínuo de emissão (ou seja, emitem em todos os comprimentos de onda), enquanto que as duas outras leis tratam da emissão / absorção por gases a pressões não tão elevadas (Swihart, 1968, p.11).

Segundo uma outra forma da lei de Kirchhoff, a radiância espectral emitida por um objeto em equilíbrio termodinâmico é função apenas da temperatura absoluta do objeto e do comprimento de onda; esta radiância espectral seria independente do tamanho, da forma e da composição do objeto (Swihart, 1968, p.7).

Uma outra forma da lei de Kirchhoff é freqüente em livros-texto, segundo a qual a absortância e a emissividade de um sistema sob equilíbrio termodinâmico seriam numericamente iguais; ainda, tal identidade seria válida tanto para cada comprimento de onda quanto para toda a extensão do espectro eletromagnético. De acordo com esta última formulação, a absortância e a emissividade de um corpo negro assumem, por definição, valor unitário.

Lei de Planck

relação verificada experimentalmente, descrevendo a radiância espectral emitida por um corpo negro como função de sua temperatura e do comprimento de onda. A busca de argumentos teóricos que viessem a justificá-la conduziu ao desenvolvimento da teoria quântica (Sears & Salinger, 1979, pp.357-360; Liou, 1980, pp.356-357).

Lei de Stefan-Boltzmann

estabelece que a irradiância emitida por um corpo negro é diretamente proporcional à quarta potência da temperatura absoluta deste, por um fator 5,67051.10-8 W.m-2.K-4 (constante de Stefan).

Leis de Wien

duas características associadas à radiação de corpo negro, formuladas por W. Wien no século XIX.

M

Massa óptica (i : optical air mass, f : masse d'air)

quociente entre a espessura óptica atravessada por um dado feixe incidente no topo da atmosfera, e a respectiva profundidade óptica. É satisfatoriamente avaliada pela secante da distância zenital solar caso esta não ultrapasse 60°.

Meio-dia solar

instante de tempo correspondente à situação na qual o ângulo horário solar assume valor nulo.

N

Nadir

ponto de intersecção entre a linha vertical perpendicular ao plano horizontal local e a esfera celeste, mas no hemisfério oposto àquele em que se encontra o observador. Lugar geométrico oposto ao zênite. Conceito associado à noção de ponto sub-satélite no contexto da Meteorologia por Satélite.

Número de onda (i : wavenumber, f : nombre d'onde)

freqüência expressa em termos de comprimento de onda recíproco, numericamente igual ao número de ondas contidas numa unidade de comprimento [unidades usuais: cm-1 ].

O